Em 28 de novembro de 1984, um ano antes da fundação do 1º curso superior de Mineiros (Fimes, ora UNIFMES), foi inaugurada uma das principais escolas particulares desta Terra, o Educandário Nascentes do Araguaia (ENA), entidade mantenedora, “Carvalho e Luciano Ltda”, nome fantasia, acima citado. Localizado na Rua 9, nº 50, Setor Oeste, objetiva formar cidadãos íntegros, capazes de harmonizar convivência social, profissional, familiar, meio ambiente, deixando indivíduos éticos, bons, justos e tementes a Deus. Fundado pela professora Maria Luíza de Carvalho Luciano, 1ª mulher a pertencer à Academia Mineirense de Letras e Artes (AMLA) que, com o médico e esposo, Dr. Luiz Antônio Luciano, planejaram e edificaram a escola. Antes de tudo, é a primeira vez que alguém relaciona, encadeia e homenageia, oportunamente, o famoso Rio Araguaia, o velho Berocan ou “Rio das Araras”, da língua carajá, invejável riqueza histórica e indelével base hidrológica e holística da região, com a vida educacional da cidade. Notem que nasce numa nascente dentro do município, chamada “A”, antiga “Cabeceira da Esquerda”, na qual, além de Goiás, se encontram Mato Grosso do Sul, através do Município de Costa Rica e Mato Grosso, via cidade de Alto Taquari, tornando-se, assim, emblemática, simbolizando o encontro dos três Estados do Centro-Oeste do País, merecendo, portanto, um monumento histórico-artístico e ecológico, a ser edificado, inspirando e transmitindo saber, arte, cultura e lazer, onde, segundo Turgot (1727-1781), em Carta a Mme de Graffigny, “o problema essencial da educação é dar o exemplo”, mostrando que sem ela não há salvação.
O sonho virou referência, devendo ser por isso, certamente, que já ao nascer, o “ENA” contou com a presença de pessoas importantes, dignas do evento: homem humilde, prefeito de Mineiros, Erasmo Rodrigues de Souza, destacado escritor, José Mendonça Teles, membro da Academia Goiana de Letras (AGL) e Instituto Histórico e Geográfico do Estado (IHGGO), amigo da família dos fundadores, com Biblioteca em seu nome na escola, Dr. Ney Teles de Paula, então Juiz de Direito de Jataí, ora membro da AGL/IHGGO, presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Dr. José Eurípedes Moreira, Juiz de Direito de Mineiros, professor Guilhermino Paula de Souza, da UFG e o escriba, ora da AGL/IHGGO, sem jamais esquecer AMLA e meu inesquecível sertão de Poço da Pedra, em casa Nova, Bahia, orgulhoso por fazer parte de histórica e seleta mesa, da qual o ENA, imaginando a vida em plenitude e vislumbrando o futuro, já se preocupava com o bem do ser humano em âmbito pessoal e coletivo.
Iniciaram as aulas em 4 de fevereiro de 1985, funcionando da Alfabetização até o 1º Ano do Ensino Médio, em prédio próprio, contando com 259 alunos matriculados, ora 710. Como diz sua Diretora-Geral, professora Maria Luíza, “O Educandário Nascentes do Araguaia funciona há 28 anos, com inúmeros e bons professores, alguns estão neste estabelecimento de ensino há 28 anos”. Além da Direção Geral, dirigem a Escola: Diretor Pedagógico: Professor S. Maurosan de Oliveira; Diretor Financeiro, Prof. Fabrício C. Baía; Diretor Administrativo, Luiz Antônio Carvalho Luciano e Secretária Geral, Fernanda Cristina C. de Souza. Embora possa se definir eclético, em doutrina e filosofia pedagógica, no ano 2.000 fez parceria com a Rede Pítágoras, de Belo Horizonte-MG, do qual recebe orientações e bons ensinamentos pedagógicos.
Já ao nascer, sua diretora Maria Luíza, pensou em imprimir na Escola o gosto pela cultura, a ciência e a arte, sendo assim que, além de outras tantas atividades, preocupadas com as ciências, a vida artistico-social e político-econômica, fundou e dinamizou a famosa Feira de Educação e Lazer do ENA – Felena. Como o Colégio, com 28 anos de rica e extensa programação, é apresentada com o slogan: “partilhando o saber a serviço da vida!”. Nenhuma outra iniciativa do ENA, é mais destacada. Realmente, o que a Felena faz, já amplamente conhecido, merece narrativa historiográfica digna de virar objeto de dissertação de mestrado.
Toda escola se envolve. A cada ano, um tema, deixando novas experiências e professores, alunos, direção e funcionários entusiasmados, alinhados e engajados. Os pais e a cidade, não param de visitar, nas salas enfeitadas, os mais belos, intrigantes e mesmo exóticos trabalhos, cuidadosamente feitos pelos alunos, do menorzinho ao mais velho, do Fundamental ao Ensino Médio, ali rigorosamente coordenados e orientados pelos professores, predominantemente do gênero feminino: Cristiane, Valquíria, Maria Luzia, Flúvia, Daniele Celi, Regina; Ana paula, Vânia, Marilene, Celisa, Nayara, Fernanda, Mara, Marlúcia, Rejane, Graziela, Elisene, Sânia, Gislaine, Simone, Edelcarme, Marlúbie, Eliane, Roberta, Zelma, Brenda, Fátima, Telma, Núbia, Lívia, Josene, Cláudia, Maurosan, Claudinei, Rodrigo e Zelman, sem esquecer Ana Lúcia, coordenadora geral, e Sandra Sandri, que me levaram para polêmicas palestras e animados debates literários. Temas: Ena Ler, Conheça o Brasil, Avós, Van Gogh, A moda e sua evolução no tempo, Mistérios da fotografia, Mitos e lendas do Brasil, Brinquedo e chocolate, Evolução da tecnologia, Ilusão de ótica, Culinárias típicas das regiões brasileiras e Desenho animado, aí já se vendo o quanto é rico, só no ano de 2012, o conteúdo da programação da FELENA.
Escola particular, também digna de registro, com 16 anos na cidade, é o incomum, Colégio Ágape, fundado em 1997 pela professora, pedagoga, Danizete Sousa Barbosa Rodrigues, apelido “Doró”, com o nome de “Escola Pincel Mágico”. Iniciou suas atividades em uma casa alugada atendendo alunos da educação infantil ao 2º ano do E.F. com 97 alunos. Em 1998, inaugurou sua primeira Unidade, denominada “Raízes”, localizada à Rua 20, Quadra 06, Lote 02, na Vila Cardoso, ampliando o atendimento da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental e assim as séries do Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano e Ensino médio, nos anos posteriores. Segundo dados fornecidos pela Escola, com esse avanço, a comunidade escolar, incluindo direção, professores, pais e alunos, achou por bem substituir o nome Pincel Mágico, por outro que se adequasse à idade dos pré-adolescentes, sendo então escolhido pela direção, o nome, Ágape, que passou a ter vigência a partir do ano 2000, com toda a força semântica de sua história e filosofia.
Com o Ensino Fundamental II de 6º ao 9º ano e vigência do Ensino Médio, já contando com a importante presença de Westerley Barbosa Rodrigues, alcunha “Teley”, dos amores e casado com “Doró”, em 2004, visando vários fins pedagógicos e filosóficos, a Escola estabeleceu parceria com o Sistema Nacional COC de Ensino e em 2005, oferecendo maior comunidade e segurança aos alunos, inaugurou sua segunda Unidade, chamada “Cerrado”, localizada à Rua Sebastião B. Oliveira, Quadra 08, Lote 03, Setor Rodrigues, na cativante e alta paisagem da cidade, tendo como mantenedores marido e mulher ou “Teley e Doró”; merecendo dizer que o funcionamento pleno do Ágape está de acordo com as normas legais exigidas, seja da Junta Comercial, Conselho Estadual de Educação e outros órgãos, públicos ou não.
Administrado pelo Diretor Financeiro, Westerley Barbosa Rodrigues, Diretora “Doró”, Diretor de Publicidade, Murilo Sousa Borges, Diretor Jurídico, Guilherme Sousa Borges, o Colégio Ágape cresceu um número significativo, num total de 176 alunos na educação Infantil, na Fundamental I, 1º ao 5º, 215 alunos, Ensino Fundamental II (6º ao 9º) 281 educandos, Ensino Médio 117 educandos, nos turnos matutino e vespertino, onde pratica Futsal, Jazz, Sapateado, Plantão de Dúvidas, Grupo de Estudos, Laboratório de Informática e desenvolvimento de projetos educativos, dentre outras inúmeras atividades, no esporte, na arte, na política e na cultura.
Por ter a Educação como ato de Amor, talvez por ter lido Platão, admitindo ser fundamental “ensinar amor por alguma coisa”, procurou um terceiro significado ou dimensão dessa palavra, justamente “Ágape”, que seria amor universal, desinteressado, ou seja, aquele amor cujo objetivo é o bem do outro, mesmo que este não disponha de merecimento, muitas vezes por ser inimigo. Vale dizer: a direção do Ágape entendeu que Eros, velho Deus do Amor, do grego, pra não dizer paixão ou desejo ardente, evidenciaria sentimentos e atitudes meramente humanos, interesseiros, entre homem e mulher, em atitudes que um quer dominar o outro. Philos, por sua vez, a segunda dimensão tentando explicar o sentimento do Amor, seria tão-somente amor entre amigos, entre pais e filhos e irmãos, optando, por isso, por Ágape, amor universal, dos Evangelhos, ensinado pelo Mestre Jesus Cristo. Estive no Ágape, a convite da professora e mestra, Luciene, onde fiz explicações para alunos do final do curso médio, tendo como tema a passagem da Coluna Prestes pelo Sudoeste Goiano, em razão do livro que publiquei: Uma pausa para a coluna passar (2012).
(Martiniano J. Silva, advogado, escritor, membro do Movimento Negro Unificado (MNU), da Academia Goiana de Letras e Mineirense de Letras e Artes, IHGGO, UBEGO, Mestre em História Social pela UFG, professor universitário, articulista do DM – martinianojsilva@yahoo.com.br)