terça-feira, abril 16, 2024
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Parque das Emas em preto e branco

Sempre correndo risco de ameaças, inclusive de fogo, o Parque Nacional das Emas, situado no extremo Sudoeste de Goiás, Patrimônio Natural da Humanidade (2001), é formado do mais puro cerrado, destacado até pelo cupinzeiro da bioluminescência mais rara e atrativa do mundo, irradiando luz fosforescente azul esverdeada produzida por pequenas larvas que ali se criam, fenômeno que só existe, conforme descrevo no Parque das Emas: última pátria do cerrado, em mais três lugares da terra: cavernas iluminadas de Waitomo, Nova Zelândia, onde as larvas brilhantes de moscas deixam o teto da gruta com a aparência de um céu estrelado; baía fosforescente de San Juan de Porto Rico, repleta de algas luminescentes que formam rastros luminosos com a arrebatação de ondas ou trânsito de barcos; e nos cardumes de peixes-lanterna do Mar Vermelho.
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Tem sua vasta área (132.812 ha) quase toda no Município de Mineiros, configurada por 114.292 há, correspondendo a 86,0% do total mencionado dessa empolgante reserva ecológica, equivalente a 1.318 km, em altitude de 700 a 900 metros, no ecossistema cerrado, região também chamada da Serra dos Caiapós, onde nasce o famoso Rio Araguaia, “coisa grande”, “rio das araras” ou velho Behokan da língua carajá.

O que sobra desta cativante reserva, admirada e reconhecida pelo mundo afora, encontra-se nos municípios de Chapadão do Céu (GO) e Costa Rica (MS), o primeiro com 14.913 ha, correspondendo 11,2%; o segundo, com 3.698 ha, nas ainda confusas divisas de Goiás e Mato Grosso do Sul, uma vez que a briga entre Estados só teve solução judicial entre Goiás e Mato Grosso, definindo limites a partir da nascente “A”, antiga Cabeceira da Esquerda do rio citado, onde se encontram os três Estados do Centro-Oeste: ponto que se distancia 500 km para cada Capital: Goiânia-GO, Cuiabá-MT e Campo Grande-MS.

Avesso aos modismos e assanhamentos das cores da modernidade, que ninguém sabe quantas são; talvez por ter vivido milhões de anos somente com a “cor do tempo”, de que fala o poeta Mário Quintana, nunca vista em dicionário; gostar de ser queimado quando o fogo é natural e ecológico; agora o PNE passa a viver sua vida imortal, inapagável, somente em duas cores: preto e branco, possivelmente por estarem mais próximas da “cor do tempo”, morada natural e eterna da arte e da cultura, às vezes cedida para as ciências e tecnologias hodiernas que, assim como a arte e a cultura, não devem ter definição, sob pena de serem obstáculo ao avanço do conhecimento e da Arte no seu sagrado ofício artístico.

Foi assim que surgiram nas cercanias do Parque, certamente querendo vê-lo como sempre foi em originalidade histórica e âmbito estético, o inquieto fotógrafo André Monteiro, também engenheiro cartógrafo, auxiliado pela eficiente curadoria de Weimer Carvalho, premiado fotógrafo do jornal O Popular e Daqui, de Goiânia, propondo mostrar o Parque em exposições fotográficas em Preto & Branco, Brasil afora: “observando o espaço original e primitivo que nos cerca, apresentando ao observador um olhar alternativo sobre o território, sua natureza e seus viventes, quase nunca visíveis no cotidiano. É a materialização do olhar fotográfico, sua visão e interpretação da paisagem e dos habitantes ancestrais do cerrado”, assim permitindo a “abstração da realidade, ver as cenas da natureza primordial de uma nova maneira. Sem a cor, as formas e a luz ganham destaque. O saudosismo e a atemporalidade do Preto e Branco são um reforço afetivo na imagem, para fazer ampliar sua dor ou sua alegria”.

André Monteiro é reconhecido fotógrafo com formação em Professional Fhotography pelo NYlP (New York Institute of Photography), associado da Confoto – Confederação Brasileira de Fotografia, Afinatura – Associação dos Fotógrafos de Natureza do Brasil, Diretor Executivo do Fotoclube Fotocriativa –PUC-GO e Instrutor de fotografia de paisagem e natureza, sendo assim que fotografou as mais singulares, impactantes e diversificadas belezas do Parque, transformadas em atrativas exposições de fotos, a serem feitas em todo Brasil, como a que foi aberta em Mineiros, às 19h30 no Ipê Shopping, no dia 16 do mês em curso, chamada Parque das Emas em Preto e Branco, integrando a 12ª Semana Nacional dos Museus, que tem como tema “Coleções criam conexões”, por Mineiros se achar entre as cidades cadastradas no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), trazendo, por isso, sua programação no catálogo específico para o período.

O curador, Weimer Carvalho, além de editor de fotografias, é premiado em diversos concursos, sendo destaque o prêmio Internacional AGFAnet, Fhoto Award, finalista do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, em 2006, Prêmio de Direitos Humanos Wladimir Herzog, premiado no Concurso Leica 2010, finalista do Prêmio Esso de Jornalismo 2012, premiado pela revista francesa Photo “Le Plus Grand Concours Photo Du Monde”, entre outros. Se não bastasse, tem trabalhos publicados em diversos jornais e revistas nacionais e internacionais.

Eis como surgiu a ativa participação da Secretaria da Cultura e Turismo local, através do apoio da escritora e assessora Marta Brandão, Cleuza Carrijo e demais servidores. No dizer de André Monteiro, a escolha para iniciar a exposição pela cidade de Mineiros tem dois motivos: ligação afetiva que o município tem com o Parque e devido a extensão que este ocupa no território mineirense.

Não posso esquecer que a Exposição, antes de chegar em Goiânia e se expandir pelo país, se estenderá por outras cidades sudoestinas, como Chapadão do Céu e Jataí. André é autor do livro – Memória: boiadeiros do cerrado, editora ICBC, Goiânia, 2010; tem fotos no livro “Uma pausa para a coluna passar (2012)”, do escriba.

(Martiniano J. Silva, advogado, escritor, membro do Movimento Negro Unificado (MNU), da Academia Goiana de Letras e Mineirense de Letras e Artes, IHGGO, UBEGO, mestre em história social pela UFG, professor universitário, articulista do DM – martinianojsilva@yahoo.com.br)

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