Nesta quinta-feira (23) surge a grande preocupação presente nos produtores de aves em Mineiros-GO, que estão com milhões de perus aguardando abate, sem uma decisão a respeito de quando a fábrica voltará à ativa.
O escritório da Associação dos Avicultores Integrados Mineiros (Avip) está movimentado
porque a situação é grave “O que temos para dizer é simplesmente alarmante”, explica o maior produtor de perú de Mineiros, o empresário Fábio Leme, vice-presidente da associação. “Estamos perdidos. Não temos nenhuma relação com as acusações, mas estamos aqui sozinhos, sem ter a menor ideia do que vai acontecer.”.
DE QUEM É A CULPA?
Realmente, os produtores não têm culpa, pois sempre cumpriram com as rígidas normas de segurança alimentar. A maioria das fazendas que criam aves em Mineiros é acompanhada e possui tecnologia avançada, exemplo de produção de aves de qualidade no mundo. Ocorre, contudo, que a notícia de corrupção para funcionamento da BRF ou mesmo de falhas na qualidade do processamento das aves poderá causar graves danos aos produtores que nenhuma culpa tem em razão disso.
Diariamente Mineiros tem que abater 25 mil perus, aves que são enviadas ao exterior, principalmente a países da União Europeia, segundo AVIP.
Com a suspensão das atividades, as 219 granjas do município não tem onde encaminhar as aves. Nos últimos seis dias aproximadamente 150 mil perus que deveriam ter sido abatidos estão nas fazendas de produção aguardando o abate.
O limite do peso para abate de cada ave é de até 25 kg segundo os produtores e se passarem desse peso não podem mais ser abatidos porque a fábrica não suportaria esse peso, nem seriam adequados para a venda ao exterior.
Nas fazendas de Mineiros, dentro de galpões ventilados 24 horas por dia e com temperatura mantida constantemente em 27 graus, há 4,3 milhões de perus em alguma fase de sua vida de seis meses até o abate.
As acusações que pesam sobre a BRF de Mineiros são de pagamento de propina a fiscais agropecuários para evitar o fechamento da unidade e facilitar a emissão de autorizações sanitárias. Dois funcionários tiveram prisão preventiva decretada e um vice-presidente foi alvo de condução coercitiva e busca e apreensão. (Estado)